14/05/24

Minhas experiências com os sistemas d100

Neste artigo relato minha experiência com o sistema d100, desde o meu primeiro contato com o Trevas até a criação de aventuras para diferentes grupos. Menciono minha antiga preferência pelo AD&D, a descoberta do RuneQuest 6 e sua adaptação do Mythras para uma minicampanha baseada em The Witcher III. Também falo sobre a oficina de formação de narradores que realizou e sua especialização em RPG como ferramenta didático pedagógica.

O primeiro contato

O meu primeiro contato com um sistema d100 foi com o Trevas, comprado em uma banca de jornal em 1997.

Quando a segunda edição, agora não mais no formato de uma revista, mas de um livro, foi publicado em 1999, tratei de comprar com o dinheiro que ganhava no estágio.

Embora o AD&D fosse naquela época o meu sistema preferido, estava numa fase de descobertas, experimentando o que aparecesse pela frente e o tema do ocultismo me fascinou. Não demorou, eu era fã do sistema e leitor de tudo que saiu a seguir.

Quando finalmente enveredei pelo D&D 3E acabei me dedicando muito a este sistema e por muitos anos experimentei pouco, retirando, inclusive, o Trevas da minha estante.

Querendo adaptar

Em 2012 conheci o RuneQuest 6, estava empolgado com Skyrim e não encontrava uma forma de adaptar bem o jogo de vídeo game para o D&D 4E, que jogava desde o lançamento.

RuneQuest se encaixava perfeitamente devido ao seu sistema de perícias percentuais. Havia ali uma oportunidade real de adaptação com pouquíssimo trabalho e assim rodei alguns testes bem sucedidos, contudo, os meus jogadores não se adaptaram ao sistema.

A principal razão para essa não adaptação? A letalidade do sistema.

Para quem vem de um sistema onde os personagens são heróis, difíceis de morrer, encarar um personagem que se não morrer em combate pode ficar mutilado, pode ser demais.

Quando os direitos do RuneQuest voltaram para a Chaosium e o Mythras passou a existir, eu já estava morando em um outro estado e me associado a outro grupo de jogadores. Embora o histórico desses jogadores fosse parecido, eles eram mais propensos a experimentar novos sistemas.

Em 2017, embora Skyrim ainda tivesse um lugar em meu coração, era a história de The Witcher III, ou parte dela, que eu queria adaptar para minhas mesas e então, consegui montar um grupo para uma minicampanha de Mythras.

Para o novo grupo, a maior crítica foi ao sistema de criação de personagens, que consideraram longo e, mesmo havendo situações de mortes por um único golpe crítico, a avaliação geral do sistema foi positiva.

Os relatos dessa minicampanha podem ser lidos aqui.

Em 2018 iniciei, na instituição que trabalho, uma oficina de formação de narradores, onde os participantes aprendiam a preparar aventuras de diferentes sistemas, que os participantes do projeto jogavam.

A partir desta interação, desenvolvi uma aventura para os participantes, usando o Mythras. A aventura ficou conhecida como fugindo da geriatria, pois ao sortear a idade dos personagens, dois deles tinham mais de 70 anos e já enfrentavam problemas da idade. O relato desta aventura pode ser lido aqui.

Uma especialização... em RPG

Entre 2017 e 2018 fiz uma especialização em docência na educação profissional e tecnológica. Meu trabalho teve como tema "RPG como ferramenta didático pedagógica aplicada no ensino técnico" e criei uma aventura, usando o sistema BRP, para ensinar princípios de magnetismo na mineração.

O sistema escolhido foi o BRP por considerá-lo mais simples de explicar. Vamos distribuir os atributos, escolher uma profissão, distribuir os pontos de perícias e começar a jogar. A experiência foi muito bem sucedida e poderia ter rendido mais sessões, não fossem outros compromissos.

Considerações finais

Todas as interações que tive com o sistema d100 foram muito positivas. Os sistemas robustos conseguem me entregar a experiência que desejo e as adaptações foram realizadas de forma muito tranquila, sem muitas dificuldades.

A explicação de um sistema percentual, onde os sucessos são alcançados obtendo valores menores ou iguais aos valores das perícias, torna o entendimento rápido, suavizando a curva de aprendizado.

E você? Já teve alguma experiência com sistemas d100? Como foi? Compartilhe conosco.

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